Por Que Precisamos Estudar e Conhecer a Bíblia?

Alguns de nós chamamos de vocação o querer ser advogado, médico, professor. Para tanto, vamos à escola, à faculdade e nos especializamos cada vez mais. Agora, todos nós, sem nenhuma exceção, encontramos um fim da vida aqui na terra. O que acontece depois? Sim, alguém já nos revelou e nós decidimos acreditar ou não.

Por que devemos estudar a Bíblia? Porque é o livro de Deus que nos revela o que vem depois. Por que estudar e conhecer a Bíblia?

Por Causa do Julgamento

Reconhecemos a importância de conhecer a Deus, porque um dia Jesus vai voltar e tomar vingança contra os que não conheceram a Deus (2 Ts 1:7-8). Um dia, então, Jesus vai voltar e todos seremos julgados. Para escapar da condenação, devemos fazer tudo de acordo com a lei de Deus, mas qual é a vontade de Deus para nossas vidas?

“Eu vim como luz para o mundo, a fim de que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas. Se alguém ouvir as minhas palavras e não as guardar, eu não o julgo; porque eu não vim para julgar o mundo, e sim para salvá-lo. Quem me rejeita e não recebe as minhas palavras tem quem o julgue; a própria palavra que tenho proferido, essa o julgará no último dia” (Jo 12:46-48).

Deus tem um livro no qual Ele escreve o nome das pessoas, este livro registra o nome de cada salvo:

“Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, postos em pé diante do trono. Então, se abriram livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que se achava escrito nos livros” (Ap 20:12)

Outro livro será aberto naquele dia. Veja que dois livros serão lidos lá. Jesus disse na passagem acima que “a própria palavra que tenho proferido, essa o julgará no último dia”. Onde se encontram registradas as palavras de Jesus? Não é no Novo Testamento? Sim, lá encontramos tudo o que Jesus disse, e tudo o que o Espírito fez com que os discípulos e apóstolos de Jesus lembrassem e escrevessem. Sim, o Novo Testamento será aberto no último dia para nos julgar. As nossas obras sobre a terra serão comparadas com as palavras que já estão escritas no Novo Testamento. Por isso precisamos ouvir as palavras de Jesus e as guardar para que elas não nos julguem no último dia.

Aí está um motivo porque devemos estudar e conhecer a Bíblia: Ela vai nos julgar. Sabendo que as palavras lá registradas, principalmente as palavras de Jesus, devemos conhece-las para não a transgredir.

Por Cuidado à Doutrina

Se não tivermos zelo pela verdade revelada na palavra escrita, seremos perturbados na nossa fé e corremos o risco de aceitar um evangelho deturpado. Para que isso não aconteça e não transmitamos a outros erros que os levem à morte espiritual, precisamos conhecer e cuidar da sã doutrina.

“Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Continua nestes deveres; porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes” (1 Tm 4:16).

Temos o dever pessoal com a santidade e com a doutrina. Esse é um dever, não uma opção. Porque se ensinamos aos outros coisas erradas, por não conhecermos bem a palavra de Deus e acreditarmos nas coisas erradas, estaremos nos perdendo e fazendo com que as pessoas que nos ouvem também se percam. Veja que responsabilidade! Os fariseus foram criticados por Jesus da seguinte forma:

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque rodeais o mar e a terra para fazer um prosélito; e, uma vez feito, o tornais filho do inferno duas vezes mais do que vós!” (Mt 23:15).

Os fariseus estavam agindo de forma errada, pois estavam dando importância somente para as coisas materiais e descuidando das espirituais. Precisamos conhecer a doutrina de Cristo se quisermos fazer a vontade de Deus:

“Se alguém quiser fazer a vontade dele, conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de Deus ou se eu falo por mim mesmo” (Jo 7:17).

Ter uma doutrina pura é tão importante quanto se manter puro. Na verdade só podemos nos considerar puros se o que obedecemos é de fato a vontade de Deus. Por mais esse motivo precisamos estudar e conhecer a palavra de Deus.

Para Não Sermos Levados a Todo Vento de Doutrina

Acredito que você se opõe a algumas doutrinas e até as considera demoníacas. Acho que todo mundo que tem zelo pela palavra de Deus e Sua vontade, age desta forma. Devemos amar as pessoas, mas nos guardar incontaminados do pecado. Odiamos as obras do diabo, mas precisamos amar as pessoas mesmo que tenham crenças diferentes da descrita no Novo Testamento. O problema é que todos nós corremos o mesmo perigo, não só de cair em heresia como de estar nela. Por isso precisamos comparar as nossas práticas religiosas, constantemente, com a revelação escrita no Novo Testamento.

“E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro. Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor” (Ef 4:11-16).

Jesus é quem instituiu na igreja apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres. Com qual objetivo? Paulo, escrevendo esta passagem em Efésios esclarece o porquê: “Estes dons foram dados com o propósito de preparar o povo de Deus para servir, e assim fortalecer o corpo de Cristo” (Ef 4:12). Note que todos estes dons que servem a igreja estão no plural. O objetivo do trabalho destes servos é sermos unidos na fé e termos completo conhecimento de Jesus Cristo e que cheguemos a ser maduros na fé como Jesus Cristo (Ef 4:13). E quando todos formos mais parecidos e maduros como Cristo, não sermos como crianças “que são como navios agitados pelas ondas e levados de um lado para outro por todo tipo de ensinamento que apareça. Nem seremos enganados por pessoas astutas que querem nos levar pelos caminhos do erro” (Ef 4:14). Ao contrário de sermos levados pelas doutrinas e astúcias dos homens, devemos buscar a verdade em amor e crescer em Cristo, que é o cabeça da igreja, de quem nós, como corpo de Cristo, a sua igreja, dependemos para estarmos unidos cooperando juntos e crescendo espiritualmente.

Por isso, então, precisamos estudar a palavra e ter na igreja pessoas qualificadas por Jesus Cristo para trabalharem e servirem para equipar os santos para não cair em qualquer doutrina.

Porque Falta de Conhecimento Destrói…

“Ouvi a palavra do SENHOR, vós, filhos de Israel, porque o SENHOR tem uma contenda com os habitantes da terra, porque nela não há verdade, nem amor, nem conhecimento de Deus” (Os 4:1).

Deus não gosta de um povo que age automatizado e dependendo apenas de um homem. Em Oséias a contenda de Deus é porque não havia verdade, amor nem conhecimento de Deus. Se amamos a verdade e a Deus, devemos buscar conhecimento. A Bíblia é uma obra inteligente e divina, ela deve nos fazer pensar. Não podemos, simples e passivamente, ouvir somente o que o pastor disser. No Novo Testamento mesmo quando os profetas estavam sendo inspirados ainda, não deveriam ser simplesmente aceitos sem questionamentos, deviam ser julgados pelos que ouviam:

“Tratando-se de profetas, falem apenas dois ou três, e os outros julguem… Os espíritos dos profetas estão sujeitos aos próprios profetas; porque Deus não é de confusão, e sim de paz. Como em todas as igrejas dos santos” (1 Co 14:29, 32-33).

Veja que eles não podiam falar todos ao mesmo tempo, deveria ser sucessivamente, isto é, um após o outro. Os que ficavam ouvindo deviam julgar o que estava sendo dito. Finalmente Paulo escreveu que

“…Deus não é Deus de confusão, sim de paz. Como em todas as igrejas dos santos”. Se dissermos que somos a igreja dos santos Novo Testamento, obedeçamos ao que o Novo Testamento diz. Então façamos tudo com ordem e decência (1 Co 14:40).

“O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porque tu, sacerdote, rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos” (Os 4:6).

Como já citamos Oséias anteriormente, esta passagem só vem a reforçar o que já vimos: “…o povo que não tem entendimento corre para a sua perdição” (Os 4:14). Conhecendo a Palavra, precisamos entendê-la. Deus castiga aqueles que não dão importância ao conhecimento e entendimento da Palavra. Os culpados no Velho Testamento eram os sacerdotes e hoje da mesma forma também o são. Muitos ‘pastores’ têm medo que seus membros comecem a estudar a Bíblia. Esta é uma faca de dois gumes, este medo vem do zelo para não deixar uma ovelha se perder e ao mesmo tempo vem do medo de deixá-los descobrir a vontade de Deus. Esquecemos que se ensinamos a verdade, cedo ou tarde, a verdade é que triunfará: “e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8:32). Jesus é a própria verdade, se compartilhamos com sinceridade de coração a vontade de Jesus, então não temos que ter medo de deixar uma pessoa descobrir a vontade de Deus. Este assunto é complexo e polêmico, mas não podemos prender as pessoas à verdade, ou elas estão presas em Jesus ou não. Não somos nós, com todo cuidado e amor que tenhamos, que vamos fazer a mudança.

“Pois misericórdia quero, e não sacrifício, e o conhecimento de Deus, mais do que holocaustos” (Os 6:6).

O que Deus quer? Sacrifício, holocausto? Não, Deus quer misericórdia e conhecimento de Deus. O que adianta ser zeloso do erro, da falta de conhecimento e entendimento? Deus não quer dinheiro, Ele quer o coração. Aquele que vai na igreja somente para ofertar e assim sentir-se aliviado e justificado, está praticando o erro. É um dinheiro não abençoado. É uma oferta inútil, uma adoração em vão. Deus não quer que você vá à igreja cantar automaticamente e cantar bem porque conhece decor a melodia e a letra dos hinos. Deus não quer que você diga amém para uma oração que você não conseguiu entender uma palavra porque todos estavam orando ao mesmo tempo e desrespeitando um Deus que não é de confusão e sim de paz. Lembre-se: misericórdia e conhecimento de Deus.

Este é mais um motivo porque precisamos estudar e conhecer a vontade de Deus. Existem inúmeros motivos, mas estes são os suficientes para nos dar bastante trabalho e direção para fazer a vontade de Deus.

Autoridade

Autoridade é aquilo que todos devem aceitar e respeitar, este é o ideal. Por exemplo na medida. Quantos centímetros têm um metro? Todos aceitam que um metro tem cem centímetros. Olhe para esta folha, quantos centímetros você acha que tem de alto a baixo? Cada pessoa pode dar a opinião que quiser sobre a medida de uma folha sulfite, até podem começar a discutir achando que cada um está com a razão, porém o que vai colocar um ponto final decisivo numa discussão sobre medidas é uma régua. Daí, então, ninguém mais discute, pois, vai discutir com a régua? Afinal, encontramos uma autoridade para este assunto de medidas. A régua é uma autoridade porque define um padrão a ser seguido que todos aceitam, praticamente sem questionar. Questionar a régua como autoridade em questão de medida, um padrão aceito por todos, seria considerado tolice.

O conceito de padrão temos também quanto ao dinheiro. Quantos centavos são necessários para fazer um real? Todo o país aceita que 100 centavos fazem um real. Não há nenhum Estado da União que pense que 90 centavos podem ser equivalentes a 1 real. Esta é a regra da economia, e ninguém discute este valor. O motivo é simples, o valor que o dinheiro tem e a dificuldade que temos para ganhar.

Vamos pensar um pouco mais sobre autoridade. Quem é a autoridade em casa? O pai e, na falta deste a mãe, não é? Quem é a autoridade na sala de aula? É lógico que é o professor! E quem é a autoridade na rua? Os policiais! E no país, quem é a nossa maior autoridade? O presidente, certo? E na igreja, quem é a autoridade? O pastor? Bem, todas estas respostas estão parcialmente certas. Na verdade nenhuma destas pessoas é a autoridade em si mesma. Veja bem, se o pai é a autoridade em casa, então ele pode fazer o que bem quiser com seus filhos e esposa, certo? Errado! Ele não pode agir como quiser com seus filhos. Não pode espancar e maltratar a esposa. E o professor, se ele é a autoridade então ele pode ensinar o que bem entender, não é? Não, o professor não está acima do conhecimento o do próprio livro que todos os alunos usam. Da mesma forma os policiais não podem agir como bem quiserem porque eles também não são a autoridade. E o presidente não pode fazer tantas leis quantas quiser. Todos estes citados acima estão debaixo de autoridade. Eles podem estar investidos de autoridade, mas não são ‘a autoridade’. O presidente precisa cumprir a constituição para ter o direito de estar presidindo, o policial na rua também tem que obedecer ao código civil e, até mesmo os pais têm leis superiores a eles mesmos. Sendo assim, da mesma forma que todos estes anteriores, o pastor não é a autoridade na igreja, ele deve estar debaixo da obediência da palavra de Deus, e esta é a autoridade na igreja. Por isso os pastores têm que ter qualificações bíblicas para exercerem o episcopado (1 Tm 3:1-7). A Bíblia sempre coloca esta função no plural, indicando que um homem sozinho não deve tomar o papel de chefe da igreja. São pelo menos dois para dividirem a função e as responsabilidades.

A palavra pastor é usada somente para descrever Jesus e nunca um homem. Note bem que nenhum homem, mesmo os apóstolos, foram chamados de ‘pastor’. A expressão correta deveria ser apascentador (Ef 4:11 RC).

Analisando com cuidado o Novo Testamento, notamos que a igreja teve uma eleição de presbíteros. Em todas as ocasiões a função é colocada no plural (At 11:23; 15:2; 20:17). A igreja não deve seguir a tradição humana de ter um homem entitulado ‘pastor’ e nem hierarquias. A Bíblia não contempla um vice ou ajudante de ‘pastor’. Todo discípulo é ajudante do Pastor que é Jesus.

Todos precisamos aceitar a Bíblia como única autoridade de fé, se não aceitamos, estamos correndo risco de aceitar qualquer outra pregação. O objetivo deste capítulo é colocar a Bíblia como a única autoridade religiosa.

Você aceitaria uma pessoa usando a sua mão como padrão de medida? Claro que não! Pois cada pessoa tem uma medida diferente na palma da mão. Da mesma forma, não deve aceitar opiniões pessoais, usos e costumes ou regimentos internos como regra de fé.

“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra.” (2 Timóteo 3:16, 17)

Para você, a Bíblia tem toda autoridade?