Como o Novo Testamento Chegou Até Nós? – Parte 2

No artigo anterior começamos a falar sobre a origem do Novo Testamento. Se você não leu o primeiro artigo, vá lá e leia para o seu conhecimento da Palavra de Deus. Vamos continuar com perguntas sobre a passagem e deixe a passagem responder por si mesma. Não tente adivinhar ou dar uma resposta sua. A melhor resposta e verdadeira sempre estará na Bíblia.

1) Jesus tinha muito que lhes dizer, mas por que Ele não aproveitou este momento tão singular para lhes dizer tudo o que tinha pra dizer?

Jesus mesmo responde: “…mas vós não o podeis suportar agora…” Os apóstolos e discípulos ainda não estavam prontos para ouvir tudo o que Jesus tinha para lhes ensinar, por isso viria o Espírito Santo e lhes ensinaria tudo.

2) A quanta verdade o Espírito guiou os discípulos e apóstolos de Jesus?

Jesus estava preparando a vinda do Espírito da verdade e assim Ele lhes disse: “…quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade…” Eles foram guiados a toda a verdade e eles a escreveram no Novo Testamento.

3) Será que o Espírito esqueceu de lhes ensinar alguma verdade?

Não! Temos no Novo Testamento toda verdade revelada pela inspiração do Espírito Santo aos apóstolos e discípulos de Jesus. Não precisamos de outros livros, de sonhos, revelações, visões, ou profecias novas. Quem acredita que precisamos de inspiração nova está duvidando que o Espírito da verdade os guiou a toda verdade, e eles escreveram inspirados pelo Espírito.

Todas as pessoas sonham e os sonhos, por mais incríveis e espirituais que pareçam, não devem interferir ou acrescentar nada no que está revelado pelo Espírito Santo nas páginas do NT. Leia com atenção Colossenses 2:16-19.

Jesus continua ainda: “…porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido…” O Espírito de Deus não veio por conta própria e inventando doutrinas para nós. Ele veio em nome de Jesus enviado por Deus. O Espírito disse tudo o que ouviu da parte de Deus. Ele inspirou os apóstolos e discípulos de Jesus e eles escreveram tudo o que o Espírito ouviu de Deus e lhes disse. Será que o Espírito esqueceu de dizer alguma coisa que ouviu? Se tivesse esquecido não seria o Espírito de Deus! Se o Espírito disse tudo o que ouviu e os apóstolos e discípulos escreveram no NT, será que ainda resta alguma nova verdade ou inspiração, além do que foi inspirado e escrito no Novo Testamento? Se acreditarmos que ainda vamos ser inspirados hoje sobre alguma verdade nova que não esteja escrita no Novo Testamento, então estamos duvidando do trabalho infalível Espírito Santo de Deus. Estamos duvidando das palavras de Jesus e do próprio Deus que enviou o Espírito aos apóstolos e discípulos.

Jesus ainda disse que o Espírito viria aos apóstolos e discípulos para lhes anunciar “as coisas que hão de vir”. O Espírito Santo os inspirou para escreverem, inclusive, sobre o futuro. Se você quer saber sobre o futuro, procure ler o Novo Testamento, lá tem tudo o que necessitamos saber sobre o futuro. Mas o que Deus quer que saibamos sobre o futuro? Jesus, no seu ensinamento diz que não devemos nos preocupar com as três coisas mais importantes e imediatas para a sobrevivência: comida, água e roupa. Considere estes três itens. Quem pode viver sem comer, sem água ou sem roupa? E mesmo que estas três coisas sejam as mais importantes para a manutenção da vida do ser humano, Jesus ensina: “Não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vetes?” (Mt 6:25). Jesus nos dá algumas ilustrações para nos convencer de vez: “as aves do céu e os lírios do campo. A criação de Deus não faz esforço para se alimentar e viver todos os dias, mas Deus as alimenta e as veste todos os dias. Ficar preocupados com estas coisas, mesmo que importantes e imediatas, mostra nossa pequenez de fé, porque são as pessoas sem Deus que se preocupam com tudo isso” (Mt 6:32). Ao contrário de ficar preocupados com o futuro, Jesus ensina que quem confia em Deus deve ter uma única preocupação: “Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6:33). Ficar preocupado ou procurando o futuro, mesmo que por suposta inspiração divina, mostra que não acreditamos na bondade do Senhor que cuida de nós mais do que dos passarinhos ou as flores do campo. Jesus ainda concluí dizendo o seguinte para quem se preocupa com o dia de amanhã: “Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal” (Mt 6:34). Deixe as argumentações de lado e aceite que Deus não quer que nos preocupemos com o dia de amanhã. A Palavra de Deus escrita, invalida as profecias e inspirações modernas modernas.

Pense um pouco sobre isso: o Velho Testamento foi concluído com os escritos de Malaquias. Depois de Malaquias, houve um período de silêncio por quatrocentos anos até a vinda de João Batista que anunciava a chegada do Messias e a proximidade do reino de Deus. Se um judeu quisesse saber qual a vontade de Deus neste período de silêncio de quatrocentos anos, onde ele iria buscar orientação? Com certeza a sua primeira referência era a Lei de Moisés, isto é, os cinco primeiros livros escritos da Bíblia por Moisés, os profetas e os Salmos ( Jesus faz esta divisão resumida do Velho Testamento (Lc 24:44,45). Os judeus acreditavam ter nas Escrituras (Velho Testamento) a salvação e todo o Velho Testamento aponta para Jesus (Jo 5:39). Onde estava o Espírito Santo que não inspirou ninguém nestes quatrocentos anos, onde estava Deus? Com certeza este período foi preparatório para a vinda do Messias, mas também demonstra que Deus pode agir assim se quiser e como o fez. Hoje o Novo Testamento nos ensina que estamos vivendo nos últimos dias (Hb 1:2), e, sendo que estamos vivendo nos últimos dias, nada mais sucederá depois do Novo Testamento completamente inspirado pelo Espírito Santo e já escrito como o temos.

Os últimos dias indicam a fase final da história, iniciada com a vinda do Filho ao mundo e continuando até a consumação de todas as coisas (Lightfoot Neil R., Hebreus, Comentário Bíblico “Vida Cristã” – Editora Vida Cristã pág.58.

Hoje se quisermos compreender, inclusive mistérios, devemos seguir o que Paulo ensina aos Efésios: “pelo que, quando ledes, podeis compreender o meu discernimento do mistério de Cristo” (Ef 3:4). Leitura é a chave para a compreensão de toda a Palavra de Deus. Jesus lia as Escrituras e isto era um costume na sua vida, façamos o mesmo se quisermos ser cada vez mais parecidos com Jesus, nosso Mestre.

Não seja precipitado e pense que sou cético, não mesmo! Acredito sim que Deus nos guia pelo Seu Espírito Santo através da espada do Espírito, o NT.

Autoridade

Autoridade é aquilo que todos devem aceitar e respeitar, este é o ideal. Por exemplo na medida. Quantos centímetros têm um metro? Todos aceitam que um metro tem cem centímetros. Olhe para esta folha, quantos centímetros você acha que tem de alto a baixo? Cada pessoa pode dar a opinião que quiser sobre a medida de uma folha sulfite, até podem começar a discutir achando que cada um está com a razão, porém o que vai colocar um ponto final decisivo numa discussão sobre medidas é uma régua. Daí, então, ninguém mais discute, pois, vai discutir com a régua? Afinal, encontramos uma autoridade para este assunto de medidas. A régua é uma autoridade porque define um padrão a ser seguido que todos aceitam, praticamente sem questionar. Questionar a régua como autoridade em questão de medida, um padrão aceito por todos, seria considerado tolice.

O conceito de padrão temos também quanto ao dinheiro. Quantos centavos são necessários para fazer um real? Todo o país aceita que 100 centavos fazem um real. Não há nenhum Estado da União que pense que 90 centavos podem ser equivalentes a 1 real. Esta é a regra da economia, e ninguém discute este valor. O motivo é simples, o valor que o dinheiro tem e a dificuldade que temos para ganhar.

Vamos pensar um pouco mais sobre autoridade. Quem é a autoridade em casa? O pai e, na falta deste a mãe, não é? Quem é a autoridade na sala de aula? É lógico que é o professor! E quem é a autoridade na rua? Os policiais! E no país, quem é a nossa maior autoridade? O presidente, certo? E na igreja, quem é a autoridade? O pastor? Bem, todas estas respostas estão parcialmente certas. Na verdade nenhuma destas pessoas é a autoridade em si mesma. Veja bem, se o pai é a autoridade em casa, então ele pode fazer o que bem quiser com seus filhos e esposa, certo? Errado! Ele não pode agir como quiser com seus filhos. Não pode espancar e maltratar a esposa. E o professor, se ele é a autoridade então ele pode ensinar o que bem entender, não é? Não, o professor não está acima do conhecimento o do próprio livro que todos os alunos usam. Da mesma forma os policiais não podem agir como bem quiserem porque eles também não são a autoridade. E o presidente não pode fazer tantas leis quantas quiser. Todos estes citados acima estão debaixo de autoridade. Eles podem estar investidos de autoridade, mas não são ‘a autoridade’. O presidente precisa cumprir a constituição para ter o direito de estar presidindo, o policial na rua também tem que obedecer ao código civil e, até mesmo os pais têm leis superiores a eles mesmos. Sendo assim, da mesma forma que todos estes anteriores, o pastor não é a autoridade na igreja, ele deve estar debaixo da obediência da palavra de Deus, e esta é a autoridade na igreja. Por isso os pastores têm que ter qualificações bíblicas para exercerem o episcopado (1 Tm 3:1-7). A Bíblia sempre coloca esta função no plural, indicando que um homem sozinho não deve tomar o papel de chefe da igreja. São pelo menos dois para dividirem a função e as responsabilidades.

A palavra pastor é usada somente para descrever Jesus e nunca um homem. Note bem que nenhum homem, mesmo os apóstolos, foram chamados de ‘pastor’. A expressão correta deveria ser apascentador (Ef 4:11 RC).

Analisando com cuidado o Novo Testamento, notamos que a igreja teve uma eleição de presbíteros. Em todas as ocasiões a função é colocada no plural (At 11:23; 15:2; 20:17). A igreja não deve seguir a tradição humana de ter um homem entitulado ‘pastor’ e nem hierarquias. A Bíblia não contempla um vice ou ajudante de ‘pastor’. Todo discípulo é ajudante do Pastor que é Jesus.

Todos precisamos aceitar a Bíblia como única autoridade de fé, se não aceitamos, estamos correndo risco de aceitar qualquer outra pregação. O objetivo deste capítulo é colocar a Bíblia como a única autoridade religiosa.

Você aceitaria uma pessoa usando a sua mão como padrão de medida? Claro que não! Pois cada pessoa tem uma medida diferente na palma da mão. Da mesma forma, não deve aceitar opiniões pessoais, usos e costumes ou regimentos internos como regra de fé.

“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra.” (2 Timóteo 3:16, 17)

Para você, a Bíblia tem toda autoridade?