Como o Novo Testamento Chegou Até Nós? – Parte 1

“…nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo” (Hb 1:2).

Por intermédio de Jesus, seu Filho, Deus fez todo o universo. E nestes últimos dias Jesus foi enviado à Terra para nos falar a Palavra de Deus. Jesus mesmo confirma com sua oração: “Manifestei o teu nome aos homens que me deste do mundo. Eram teus, tu mos confiaste, e eles têm guardado a tua palavra” (Jo 17:6). Jesus pessoalmente transmitiu as palavras do Novo Testamento durante o seu ministério. Eles, os apóstolos e discípulos, escreveram tudo o que Jesus ensinou como os profetas no Velho Testamento escreveram as Palavras de Deus. Jesus falou pelo Espírito Santo, Ele não falou nada de si mesmo.

Jesus recebeu o Espírito Santo no batismo de João, foi guiado ao deserto pelo Espírito e retornou das tentação cheio do Espírito Santo (Lc 3:21-22; 4:1-22).

Depois do seu ministério terreno, Jesus foi recebido nos céus e os apóstolos e discípulos foram inspirados pelo Espírito Santo para escreverem tudo o que é necessário para uma pessoa ser salva. Jesus lhes prometeu o Espírito Santo para os consolar e inspirar. Vejamos duas passagens bem esclarecedoras sobre isso:

“Isto vos tenho dito, estando ainda convosco; mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito” (Jo 14:25-26).

A primeira coisa que precisamos identificar neste texto para melhor compreendê-lo é: Com quem Jesus estava falando? Uma vez compreendido isto, veremos também a obra completa do Espírito Santo. Jesus estava falando com você? Estava falando comigo ou com alguém de hoje em dia? Não! Jesus estava falando com os seus apóstolos e discípulos. Observe o contexto da passagem.

Contexto é o que vem antes e depois da passagem que lemos. Por exemplo: quando você recebe uma carta como você procede antes de ler? A primeira coisa que você faz é ler o envelope para saber de onde vem e para quem é dirigida. Se a carta é para você, você pode abrir e ler. Quando você começa ler qual parte da carta que você lê? Do começo ao fim, não é? Você não lê só o começo ou somente o meio ou o fim da carta. Você lê do começo ao fim. Ai você vai saber o contexto da carta. Para melhor definir o contexto e compreender a carta você precisa ter algumas informações sobre quem enviou, por que enviou e para quem enviou. Assim também ao ler um livro da Bíblia, precisamos definir o contexto. Quem escreveu, quando escreveu (data), para quem escreveu, por que escreveu e o que escreveu.

Enquanto Jesus estava com os seus apóstolos Ele lhes ensinava, porém, quando fosse embora, o Consolador, o Espírito Santo, que seria enviado em Seu nome, lhes ensinaria todas as coisas, até coisas que Jesus não tinha ensinado ainda.

Vamos parar um pouco e pensar sobre isso através de perguntas e respostas tiradas da passagem que lemos acima:

1) Quantas coisas o Espírito Santo lhes ensinaria?

As palavras de Jesus são bem claras. O Espírito Santo lhes ensinaria todas as coisas. E quando foram ensinados sobre todas as coisas e eles as escreveram.

2) Será que resta ainda alguma coisa que o Espírito Santo não lhes ensinou?

Pensar assim é duvidar do Espírito Santo de Deus! Acredito que se a Palavra de Deus é sua autoridade religiosa, e se você acredita que ela foi inspirada pelo Espírito Santo de Deus, você não deve acreditar que o Espírito Santo tenha deixado algo de lado ou esquecido. Sendo que o Espírito não esqueceu nada, não há mais nenhuma inspiração para nos ensinar alguma coisa que não tenha sido ensinada pelo Espírito aos apóstolos e discípulos de Jesus, e eles escreveram no Novo Testamento. Hoje, nós temos no NT tudo o que o Espírito Santo ensinou.

Veja agora o versículo 26 de João 14 para vermos mais informações a este respeito.

3) O Espírito, segundo a promessa de Jesus, os faria lembrar de quantas coisas que ele lhes disse.

O Espírito os fez lembrar de tudo o que Jesus ensinou! O interessante é que o Novo Testamento começou a ser escrito cerca de 30 a 60 anos depois da morte de Jesus. Como eles poderiam lembrar de coisas que aconteceram há tanto tempo atrás? Façamos um teste simples. Que dia é hoje da semana. Me diga, o que você comeu ou vestiu há uma semana? Tem que pensar um pouco, não é? Porém os apóstolos e discípulos foram inspirados pelo Espírito para lembrar e escrever sobre tudo o que Jesus lhes ensinou.

4) Será que o Espírito esqueceu de lhes lembrar alguma coisa?

Não, não tem sentido pensar isso. Então, temos no Novo Testamento escrito e inspirado pelo Espírito, todo ensinamento e tudo o que Jesus ensinou para a nossa salvação. Veja ainda que o apóstolo João registrou outra passagem muito semelhante a esta de Jesus pessoalmente:

“Tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora; quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir” (Jo 16:12,13).

Jesus ainda está falando com seus apóstolos e discípulos. Lembre-se do contexto da passagem que lemos agora.

Vamos continuar este artigo num outro. Se você quer saber mais sobre a origem do Novo Testamento, não deixe de ler. Clique Aqui.

Autoridade

Autoridade é aquilo que todos devem aceitar e respeitar, este é o ideal. Por exemplo na medida. Quantos centímetros têm um metro? Todos aceitam que um metro tem cem centímetros. Olhe para esta folha, quantos centímetros você acha que tem de alto a baixo? Cada pessoa pode dar a opinião que quiser sobre a medida de uma folha sulfite, até podem começar a discutir achando que cada um está com a razão, porém o que vai colocar um ponto final decisivo numa discussão sobre medidas é uma régua. Daí, então, ninguém mais discute, pois, vai discutir com a régua? Afinal, encontramos uma autoridade para este assunto de medidas. A régua é uma autoridade porque define um padrão a ser seguido que todos aceitam, praticamente sem questionar. Questionar a régua como autoridade em questão de medida, um padrão aceito por todos, seria considerado tolice.

O conceito de padrão temos também quanto ao dinheiro. Quantos centavos são necessários para fazer um real? Todo o país aceita que 100 centavos fazem um real. Não há nenhum Estado da União que pense que 90 centavos podem ser equivalentes a 1 real. Esta é a regra da economia, e ninguém discute este valor. O motivo é simples, o valor que o dinheiro tem e a dificuldade que temos para ganhar.

Vamos pensar um pouco mais sobre autoridade. Quem é a autoridade em casa? O pai e, na falta deste a mãe, não é? Quem é a autoridade na sala de aula? É lógico que é o professor! E quem é a autoridade na rua? Os policiais! E no país, quem é a nossa maior autoridade? O presidente, certo? E na igreja, quem é a autoridade? O pastor? Bem, todas estas respostas estão parcialmente certas. Na verdade nenhuma destas pessoas é a autoridade em si mesma. Veja bem, se o pai é a autoridade em casa, então ele pode fazer o que bem quiser com seus filhos e esposa, certo? Errado! Ele não pode agir como quiser com seus filhos. Não pode espancar e maltratar a esposa. E o professor, se ele é a autoridade então ele pode ensinar o que bem entender, não é? Não, o professor não está acima do conhecimento o do próprio livro que todos os alunos usam. Da mesma forma os policiais não podem agir como bem quiserem porque eles também não são a autoridade. E o presidente não pode fazer tantas leis quantas quiser. Todos estes citados acima estão debaixo de autoridade. Eles podem estar investidos de autoridade, mas não são ‘a autoridade’. O presidente precisa cumprir a constituição para ter o direito de estar presidindo, o policial na rua também tem que obedecer ao código civil e, até mesmo os pais têm leis superiores a eles mesmos. Sendo assim, da mesma forma que todos estes anteriores, o pastor não é a autoridade na igreja, ele deve estar debaixo da obediência da palavra de Deus, e esta é a autoridade na igreja. Por isso os pastores têm que ter qualificações bíblicas para exercerem o episcopado (1 Tm 3:1-7). A Bíblia sempre coloca esta função no plural, indicando que um homem sozinho não deve tomar o papel de chefe da igreja. São pelo menos dois para dividirem a função e as responsabilidades.

A palavra pastor é usada somente para descrever Jesus e nunca um homem. Note bem que nenhum homem, mesmo os apóstolos, foram chamados de ‘pastor’. A expressão correta deveria ser apascentador (Ef 4:11 RC).

Analisando com cuidado o Novo Testamento, notamos que a igreja teve uma eleição de presbíteros. Em todas as ocasiões a função é colocada no plural (At 11:23; 15:2; 20:17). A igreja não deve seguir a tradição humana de ter um homem entitulado ‘pastor’ e nem hierarquias. A Bíblia não contempla um vice ou ajudante de ‘pastor’. Todo discípulo é ajudante do Pastor que é Jesus.

Todos precisamos aceitar a Bíblia como única autoridade de fé, se não aceitamos, estamos correndo risco de aceitar qualquer outra pregação. O objetivo deste capítulo é colocar a Bíblia como a única autoridade religiosa.

Você aceitaria uma pessoa usando a sua mão como padrão de medida? Claro que não! Pois cada pessoa tem uma medida diferente na palma da mão. Da mesma forma, não deve aceitar opiniões pessoais, usos e costumes ou regimentos internos como regra de fé.

“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra.” (2 Timóteo 3:16, 17)

Para você, a Bíblia tem toda autoridade?