O Velho Testamento (a lei) serviu para guiar até Cristo (Gl 3:23-25; Lc 24:44, 45; Jo 5:39) e que o Velho Testamento continua sendo Palavra inspirada por Deus, mas hoje, se quisermos nos justificar pela lei perdemos tudo o que Cristo fez por nós (Gl 2:21; 5:1-4) e que a única forma de cumpri-lo é pelo amor (Gl 5:14; Rm 13:8-10). Hoje não fazemos os sacrifícios da lei porque Jesus é o sacrifício que nos justifica (Hb 9:28). Este é um exemplo de que a lei já passou, precisamos aceitar a Cristo e seu Testamento.
O Velho Testamento não nos justifica, Cristo é a nossa justiça. O Velho Testamento foi sombra, mas (a realidade) o corpo é de Cristo (Cl 2:16, 17; Hb 10:1-10). Jesus é a salvação real que o Velho Testamento prometeu. O céu é a ‘terra prometida’.
Temos que conhecer o Velho Testamento para não mais repetir os erros que os antepassados judeus cometeram; hoje aquelas advertências foram escritas e servem para nós como exemplo e ensino (1 Co 10:1-11; Rm 15:4). O Velho Testamento é bom, mas precisamos saber utilizá-lo legitimamente (1 Tm 1:8).
A intenção deste ponto não é discorrer sobre tudo o que a Palavra de Deus é capaz em nossas vidas. Porém, alguns pontos básicos não devem ser colocados nunca de lado.
1. Criar Fé Verdadeira
“E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo” (Rm 10:17).
Se há algo que nos cria fé é ouvir a pregação da palavra de Cristo. Se você tiver provas arqueológicas irrefutáveis de algum acontecimento bíblico, saiba que qualquer coisa não é tão poderosa quanto a Palavra de Deus para criar fé numa pessoa. Até mesmo uma pessoa que vê milagres tem que saber que eles não são suficientes para criar fé como a Palavra escrita. Veja o caso dos judeus, eles viram a nuvem os guiar para fora do Egito, viram o mar se abrir, viram comida vinda do céu em forma do maná, viram água saindo da pedra, e inúmeras maravilhas e obras maravilhosas das mãos de Deus. Porém, Deus não se agradou da maioria deles por causa dos seus maus costumes. Eles, mesmo tendo visto tantas maravilhas, foram idólatras, imorais, provaram a paciência de Deus e murmuraram contra Moisés, contra Deus e a libertação que receberam (1 Co 10:1-11). Tomé, um apóstolo de Jesus, o qual andou com Jesus por, pelo menos três anos, e viu as maravilhas feitas pelas mãos de Jesus: curou cegos, coxos, paralíticos, desenganados e até ressuscitou pessoas. Mas quando Jesus ressuscitou, Tomé duvidou da sua ressurreição (Jo 20:24-29). Quem crê verdadeiramente, crê mesmo sem ver nenhuma maravilha, crê porque a palavra o convenceu da verdade.
Se você quer criar fé, uma fé verdadeira, apóie-se sempre na palavra escrita e inspirada pelo Espírito Santo. Leia mais sobre Jesus, conheça-o tão bem quanto conhece a si próprio.
2. Salvar a Nossa Alma
“Portanto, despojando-vos de toda impureza e acúmulo de maldade, acolhei, com mansidão, a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar a vossa alma” (Tg 1:21).
Deus quer que sejamos santos, isto é, puros. Ele quer nos dar a salvação, mas para colocar a salvação dentro de nós Ele primeiro exige que estejamos limpos. Por isso mesmo pela palavra aprendemos que Deus quer que despojemos de toda impureza e acúmulo de maldade. Você não compraria um produto sabendo que o recipiente não foi limpo antes de ser colocado lá, não é? Da mesma forma Deus não quer que ofereçamos os nossos corpos sujos pelo pecado, por isso Ele exige que em primeiro lugar possamos nos desfazer do pecado. Jesus disse para os seus discípulos: “Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado” (Jo 153) A palavra nos limpa.
O próximo passo é acolher a palavra com mansidão, isto é, humildade para acatar a justiça da parte de Deus. Uma vez que ouvimos a palavra ela está implantada em nós e aí, então, ela é poderosa para salvar a nossa alma. A Bíblia deve ser a nossa única autoridade porque ela é poderosa para salvar a nossa alma. Uma opinião de um homem piedoso não pode nos salvar, mas a palavra escrita e vivida pode. Muitos costumam limitar a salvação somente pela fé, outros dizem que só Jesus salva, outros ainda dizem que somos salvos pela graça, ou ainda que o batismo é que salva, de fato, tudo isso também nos salva; mas como poderíamos conhecer todas estas coisas se não fosse a palavra que nos ensina sobre elas? Mesmo que Jesus aparecesse pessoalmente, Ele não pode nos salvar se não for pela obediência à palavra. Falo isso porque já aconteceu algumas vezes nas páginas do Novo Testamento, como ainda veremos nos próximos capítulos. Deixo para falar mais sobre isso depois porque estamos acumulando conhecimento e quando somarmos tudo teremos condições de compreender juntos as verdades reveladas e escritas para nosso ensinamento.
3. A Palavra Nos Habilita e Aperfeiçoa
“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2 Tm 3:16, 17).
Quando Paulo escreveu estas palavras, o Novo Testamento não estava completo como o conhecemos hoje. Tudo que eles tinham como autoridade religiosa e em qual baseavam o evangelho era o Velho Testamento. Quando Apolo apareceu pregando, ele tinha completo conhecimento sobre Jesus pelo conhecimento do Velho Testamento (At 18:24-28). Quando Paulo pregou aos de Beréia eles consultavam as Escrituras (Velho Testamento) para confirmarem as palavras de Paulo (At 17:11). Hoje, da mesma forma, precisamos ser nobres e examinar o que está escrito quando alguém nos ensina sobre a palavra de Deus. Esta é a nossa defesa contra a heresia de hoje e de sempre.
Hoje temos também o Novo Testamento como inspiração escrita dada por Deus. Assim como todo o Velho Testamento também o Novo Testamento é útil para ensinar, repreender, corrigir e educar na justiça. A Bíblia, num todo, nos aperfeiçoa e nos habilita para toda boa obra.
Eis algumas utilidades da palavra de Deus. Como proposto no início deste ponto a intenção não é tentar descrever toda a utilidade da palavra de Deus, porém temos como base que a palavra de Deus é quem cria uma fé verdadeira, também nos salva, nos habilita e nos aperfeiçoa para a obra de Deus.