Restauração

Você já deve ter ouvido falar do compositor Beethoven – “Ludwig van Beethoven1Bonn, 16 de dezembro de 1770 na Alemanha. Foi um compositor erudito. É considerado como um dos pilares da músical ocidental, pelo incontestável desenvolvimento tanto da linguagem quanto do conteúdo musical demonstrado em suas obras” (http://pt.wikipedia.org/wiki/Bethoveen).

Uma das músicas compostas por Beethoven foi:
Piano Sonata No. 14

Beethoven, mesmo tendo ficado quase surdo por volta dos seus 24 anos, se tornou um músico proeminente por causa das suas composições e sua história impressionante. Hoje muitos músicos fazem carreira reproduzindo suas músicas. Agora, uma dúvida: como eles podem saber que as músicas eram tocadas daquele jeito e que melodia realmente tinham? Simples, para um músico, Beethoven deixou as partituras musicais escritas. Para quem conhece música, não tem como errar. As notas são colocadas no lugar certo e quando reproduzidas, fazem sentido e mesmo para os leigos, como eu, pode-se perceber que faz sentido. As notas musicais compõem um acorde, um acorde exige outro acorde que combine com o que já foi tocado, e assim por diante. Finalmente, temos uma melodia completa, ao mesmo tempo complexa ou simples.

Jesus nasceu em Belém no primeiro século. Viveu e foi criado em Nazaré, foi um carpinteiro até os 30 anos de idade. Deixou um modelo a ser seguido e edificou a SUA IGREJA. Como podemos saber mais sobre como era a igreja que Jesus edificou e, como podemos reproduzi-la hoje em dia? SIMPLES! Ele deixou escrito através da inspiração do Espírito Santo aos apóstolos e discípulos. Não tem como errar para quem sabe ler a Bíblia! Assim como para quem sabe ler partitura musical não tem como errar a melodia registrada nas partituras por Beethoven. Até mesmo um leigo em teologia percebe quando a prática e a vida não condiz com as palavras de Deus e a igreja de Jesus descritas no Novo Testamento.

Quem sabe ler música, lê qualquer música escrita numa partitura e pode reproduzi-la tal como foi composta e tocada a primeira vez. Não tem como errar se a pessoa segue o que está escrito na partitura. Uma composição bem feita não deixa dúvidas, pois o som será a comprovação final se faz sentido ou não e até um leigo reconhece quando ouve.

Para restaurar a igreja que Jesus edificou, é preciso aprender ler o Novo Testamento como Palavra de Deus. Uma vez que aprendemos a ler, não tem como errar. Vamos restaurar a igreja de Cristo que Jesus edificou. Assim como ler uma partitura e tocar as notas, só tem uma forma de restaurar a igreja do Novo Testamento, precisamos aprender e praticar a leitura da Bíblia. Até mesmo uma pessoa que não conhece a Bíblia e não tem costume de ler, quando vir a igreja de Cristo restaurada pela prática dos que leem a Bíblia, reconhecerá que esta é a igreja certa.

Este é o propósito do Instituto Teológico de Atibaia: restaurar a prática da Palavra de Deus através da leitura, exortação e ensino.

“…dedique-se à leitura pública da Escritura, à exortação e ao ensino.” (1 Timóteo 4:13).

Venha você também fazer parte deste grupo de restauradores. Inscreva-se para estudar gratuitamente no curso básico de teologia. Os estudos e materiais são gratuitos para este curso, assim você conhece o que a Bíblia tem a dizer usando a Bíblia e não opiniões www.iteologicoatibaia.com

A Teologia de Crer Para a Salvação

Deus é amor, misericordioso, cheio de graça e bondade e, sem dúvida nenhuma, quer que toda humanidade seja salva, dos menores aos maiores.

“Isso é bom e agradável perante Deus, nosso Salvador, que deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade.” (1 Timóteo 2:3,4)

Será que, já que Deus quer salvar a todos, ‘todos os caminhos levam a Deus’? Qualquer forma de crença leva à salvação? Será que ‘a voz do povo é a voz de Deus’? No final, será que Ele vai ter misericórdia das suas criaturas e esquecer os seus pecados? A misericórdia sobrepõe a obediência e a justiça?

Os pregadores desta geração pregam muito sobre graça e misericórdia e realmente todos deveriam aproveitar a oferta de Deus em perdoar todos os pecados, mas qual é mesmo a mensagem? Todos devemos saber que a mensagem que leva à salvação é: Ouvir, ter fé, arrepender, confessar, batizar e perseverar. Seis passos que levam à salvação. Porém, no evangelho popular necessita basicamente 2 passos para ser salvo: ouvir e crer.

Bem provavelmente você já ouviu uma bela pregação evangélica falando sobre o amor, a compaixão e a graça oferecida por Jesus. Até concordamos com a maior parte da mensagem, mas no final você ouve:
– Se você crê em Jesus, levante a mão, faça uma oração onde você está aceitando Jesus como seu Senhor e único Salvador, pedindo para que ele entre no seu coração.

Estava indo tão bem e logo chegou a esta parte… É esta mesma teologia que oferece salvação para o que está no leito de morte e aceita Jesus no coração antes de morrer. Aparentemente é a graça e a misericórdia de Deus que está sendo pregada e aceita. De onde surgiu tal teologia da salvação prática? É tão prática que não precisa nem sequer acrescentar água!

As Nossas Traduções da Bíblia

Quando queremos falar que alguém está dizendo algo difícil de entender, dizemos logo que a pessoa está falando grego. Puxa, justamente esta foi a língua em que o Novo Testamento foi escrito! Isto quer dizer que não entendemos o Novo Testamento? Em grego não! Nossas Bíblias não estão escritas em grego, temos versões (traduções) em Português. É nas traduções da Bíblia que a confusão de palavras começa e entre estas palavras temos as palavras CRENÇA e .

Tudo começou lá pelo IV século quando São Jerônimo fez uma tradução dos manuscritos gregos do Novo Testamento para o latim a pedido do papa Dâmaso I. Aquela tradução ficou conhecida como Vulgata. Foi lá que a confusão da palavra com CRENÇA começou.

Em grego fé é um verbo que pode ser conjugado, mas em latim é uma palavra que não sofre flexão da língua. “Na língua grega – idioma mais rico que o latim – o substantivo fé (pistis) possui um correlato verbal (pisteuou), ou seja, a fé pode ser conjugada verbalmente, ao contrário do que ocorre no português e demais línguas de origem latina”. Então são Jerônimo procurou uma palavra que pudesse ser usada como sinônimo do verbo grego que significa ação da fé (pisteuou) e encontrou a palavra crer que tanto em Latin como em Português podem ser conjugados: Eu creio, tu crês, ele crê, nós cremos… etc. O verbo crer deriva de “de cor” (do coração). Aí surgiu o problema, pois são palavras diferentes com significados diferentes. Enquanto fé exige obediência e ação física, crer deriva de acreditar e pode só ficar no pensamento e com o passar do tempo perdeu o sentido “do coração”.

Agora, uma palavra que não deveria ter sido substituída, ganhou força do tempo e tradições de interpretações pessoais e denominacionais. Todas as vezes que lemos CRER, deveríamos ler  ou a AÇÃO DA FÉ que leva a obedecer. Um exemplo disso é claro em Atos 19 quando Paulo questiona em que ‘creram’. Dá um sentido, lendo por cima, de que simplesmente acreditaram, mas estudando o texto vemos que tal ensinamento os levou a uma atitude e a atitude foi o batismo. Fé levou a ação enquanto crer não necessariamente leva a uma ação ((Boa parte da pesquisa deste texto foi encontrada no artigo de Alan Capriles no seu artigo “FÉ OU CRENÇA? A crucial diferença entre crer e ter fé – http://bit.ly/2H0ySuH”)).

“Aconteceu que, estando Apolo em Corinto, Paulo, tendo passado pelas regiões mais altas, chegou a Éfeso e, achando ali alguns discípulos, 2 perguntou-lhes: Recebestes, porventura, o Espírito Santo quando crestes [quando obedeceram pela fé]? Ao que lhe responderam: Pelo contrário, nem mesmo ouvimos que existe o Espírito Santo. 3 Então, Paulo perguntou: Em que, pois, fostes batizados? Responderam: No batismo de João.” (At 19:1-3)

A melhor tradução do versículo dois poderia ser: “Vocês receberam o Espírito Santo quando obedeceram (o batismo) pela fé?”. Sabemos que a fé leva ao batismo por causa do verso três. Releia.

Nesta passagem vemos que a fé leva a obedecer ao evangelho (morte, sepultamento e ressurreição) através do batismo é praticada a obediência ao evangelho e Deus concede o Espírito Santo (At 2:38).

Confunde-se com CRENÇA por causa de uma leitura descuidada, falta de um estudo mais profundo e a lógica que o próprio texto bíblico leva. A fé realmente move a algo concreto, enquanto a crença é algo subjetivo.

Até mesmo em inglês a palavra FÉ foi traduzida por ‘believe‘ CRER. Como a maioria das denominações modernas vieram da América do Norte, a teologia de CRER ao invés de SER MOVIDO a OBEDECER PELA FÉ, veio junto com os evangelistas e missionários.

Devemos ler a tradução CRER em nossas Bíblias provavelmente fazendo uso de um verbo TER como auxiliar para a fé: eu tenho fé, tu tens fé, nós temos fé, eles têm fé… Fé não é acreditar em algo ou alguma coisa. Fé é sair do conforto e lugar comum e tomar uma ação de obediência direta ao mandamento.

A fé que devemos procurar é a fé apresentada pela igreja do Novo Testamento. Quando tivermos fé em ação, certamente ela vai exigir mais do que um gesto de levantar a mão e fazer uma oração SINCERA. Somente quem pratica o evangelho e os ensinamentos que ouve da doutrina dos apóstolos registrados no Novo Testamento pode ser considerado discípulo VERDADEIRAMENTE SALVO. Crença é coisa para cristão e o Brasil é um país cristão que crê em muitas coisas, mas não tem fé suficiente para se livrar da idolatria e crenças em tantos santos e entidades e declarar Jesus Cristo como único Senhor e Salvador através da obediência ao evangelho. Fé é atitude de discípulo de Cristo ((A palavra cristão está registrada apenas 3 vezes em todo o Novo Testamento enquanto a palavra DISCíPULO está registrada mais de 250 vezes. Isto indica que Jesus veio fazer discípulos e não cristãos)).

Podemos, sim, apoiar nossa fé nas traduções, pois geralmente são cuidadosamente feitas e estudadas, (excetuando-se a traduções Torre de Vigia das Testemunhas de Jeová), mas principalmente devemos apoiar a fé no estudo e meditação da Palavra de Deus.

Conclusão

Deus realmente quer salvar toda humanidade, mas não pelas nossas regas e suposta misericórdia. Reconheçamos que por mais religiosos que pudéssemos ser, nunca poderíamos ser tão misericordiosos como Deus tem sido através do Novo Testamento. Se confiamos Nele, seguimos as Palavras Dele e não nossa vã filosofia religiosa.

Não é possível que Deus não tenha dado inúmeras chances para uma pessoa e resolve salvá-la somente no leito de morte. Todos nós temos muitos convites de Deus por dia, afinal Ele é paciente e misericordioso. Uma pessoa no leito de morte não tem condições de aceitar o evangelho como ele é, não pode fazer uma decisão consciente, pois está fragilizada pela dor, doença ou pelo medo da morte. Deus quer de nós o melhor, não o resto de nós e quando já não podemos mais serví-lo.

Se apoiar na história do ladrão na cruz que foi salvo sem obedecer ao evangelho mostra falta de conhecimento na Palavra de Deus e do plano da salvação. O ladrão na cruz, resumidamente, estava sob o Velho Testamento e Jesus podia salvá-lo como quisesse (como o fez), inclusive sem batismo. Já no Novo Testamento (que começa da morte de Jesus em diante) a ordem e misericórdia de Deus exige o batismo em obediência ao evangelho.

Se um religioso diz que batismo não salva, está dizendo que o evangelho não salva. Evangelho é: morte, sepultamento e ressurreição de Jesus (1 Co 15:1-4). A forma de obedecer ao evangelho é: morrer com Cristo, ser sepultado pelas águas do batismo e, como Cristo ressuscitar pelo Espírito Santo saindo das águas do batismo, ressuscitamos com Ele pelo mesmo Espírito Santo(Rm 6:3-6). Batismo e evangelho é a mesma coisa e, correndo o risco de ser redundante, mas não de não ter sido entendido, a única forma de obedecer ao evangelho é o batismo. Não se deixe enganar por teorias e argumentos evangélicos.

Crer é para simpatizante de Cristo. Nós devemos ter fé e deixar ela operar em nós pela obediência ao evangelho e, tendo recebido o Espírito Santo no batismo, pela obediência a toda palavra de Deus.

O Valor da Palavra de Deus

O Velho Testamento (a lei) serviu para guiar até Cristo (Gl 3:23-25; Lc 24:44, 45; Jo 5:39) e que o Velho Testamento continua sendo Palavra inspirada por Deus, mas hoje, se quisermos nos justificar pela lei perdemos tudo o que Cristo fez por nós (Gl 2:21; 5:1-4) e que a única forma de cumpri-lo é pelo amor (Gl 5:14; Rm 13:8-10). Hoje não fazemos os sacrifícios da lei porque Jesus é o sacrifício que nos justifica (Hb 9:28). Este é um exemplo de que a lei já passou, precisamos aceitar a Cristo e seu Testamento.

O Velho Testamento não nos justifica, Cristo é a nossa justiça. O Velho Testamento foi sombra, mas (a realidade) o corpo é de Cristo (Cl 2:16, 17; Hb 10:1-10). Jesus é a salvação real que o Velho Testamento prometeu. O céu é a ‘terra prometida’.

Temos que conhecer o Velho Testamento para não mais repetir os erros que os antepassados judeus cometeram; hoje aquelas advertências foram escritas e servem para nós como exemplo e ensino (1 Co 10:1-11; Rm 15:4). O Velho Testamento é bom, mas precisamos saber utilizá-lo legitimamente (1 Tm 1:8).

A intenção deste ponto não é discorrer sobre tudo o que a Palavra de Deus é capaz em nossas vidas. Porém, alguns pontos básicos não devem ser colocados nunca de lado.

1. Criar Fé Verdadeira

“E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo” (Rm 10:17).

Se há algo que nos cria fé é ouvir a pregação da palavra de Cristo. Se você tiver provas arqueológicas irrefutáveis de algum acontecimento bíblico, saiba que qualquer coisa não é tão poderosa quanto a Palavra de Deus para criar fé numa pessoa. Até mesmo uma pessoa que vê milagres tem que saber que eles não são suficientes para criar fé como a Palavra escrita. Veja o caso dos judeus, eles viram a nuvem os guiar para fora do Egito, viram o mar se abrir, viram comida vinda do céu em forma do maná, viram água saindo da pedra, e inúmeras maravilhas e obras maravilhosas das mãos de Deus. Porém, Deus não se agradou da maioria deles por causa dos seus maus costumes. Eles, mesmo tendo visto tantas maravilhas, foram idólatras, imorais, provaram a paciência de Deus e murmuraram contra Moisés, contra Deus e a libertação que receberam (1 Co 10:1-11). Tomé, um apóstolo de Jesus, o qual andou com Jesus por, pelo menos três anos, e viu as maravilhas feitas pelas mãos de Jesus: curou cegos, coxos, paralíticos, desenganados e até ressuscitou pessoas. Mas quando Jesus ressuscitou, Tomé duvidou da sua ressurreição (Jo 20:24-29). Quem crê verdadeiramente, crê mesmo sem ver nenhuma maravilha, crê porque a palavra o convenceu da verdade.

Se você quer criar fé, uma fé verdadeira, apóie-se sempre na palavra escrita e inspirada pelo Espírito Santo. Leia mais sobre Jesus, conheça-o tão bem quanto conhece a si próprio.

2. Salvar a Nossa Alma

“Portanto, despojando-vos de toda impureza e acúmulo de maldade, acolhei, com mansidão, a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar a vossa alma” (Tg 1:21).

Deus quer que sejamos santos, isto é, puros. Ele quer nos dar a salvação, mas para colocar a salvação dentro de nós Ele primeiro exige que estejamos limpos. Por isso mesmo pela palavra aprendemos que Deus quer que despojemos de toda impureza e acúmulo de maldade. Você não compraria um produto sabendo que o recipiente não foi limpo antes de ser colocado lá, não é? Da mesma forma Deus não quer que ofereçamos os nossos corpos sujos pelo pecado, por isso Ele exige que em primeiro lugar possamos nos desfazer do pecado. Jesus disse para os seus discípulos: “Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado” (Jo 153) A palavra nos limpa.

O próximo passo é acolher a palavra com mansidão, isto é, humildade para acatar a justiça da parte de Deus. Uma vez que ouvimos a palavra ela está implantada em nós e aí, então, ela é poderosa para salvar a nossa alma. A Bíblia deve ser a nossa única autoridade porque ela é poderosa para salvar a nossa alma. Uma opinião de um homem piedoso não pode nos salvar, mas a palavra escrita e vivida pode. Muitos costumam limitar a salvação somente pela fé, outros dizem que só Jesus salva, outros ainda dizem que somos salvos pela graça, ou ainda que o batismo é que salva, de fato, tudo isso também nos salva; mas como poderíamos conhecer todas estas coisas se não fosse a palavra que nos ensina sobre elas? Mesmo que Jesus aparecesse pessoalmente, Ele não pode nos salvar se não for pela obediência à palavra. Falo isso porque já aconteceu algumas vezes nas páginas do Novo Testamento, como ainda veremos nos próximos capítulos. Deixo para falar mais sobre isso depois porque estamos acumulando conhecimento e quando somarmos tudo teremos condições de compreender juntos as verdades reveladas e escritas para nosso ensinamento.

3. A Palavra Nos Habilita e Aperfeiçoa

“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2 Tm 3:16, 17).

Quando Paulo escreveu estas palavras, o Novo Testamento não estava completo como o conhecemos hoje. Tudo que eles tinham como autoridade religiosa e em qual baseavam o evangelho era o Velho Testamento. Quando Apolo apareceu pregando, ele tinha completo conhecimento sobre Jesus pelo conhecimento do Velho Testamento (At 18:24-28). Quando Paulo pregou aos de Beréia eles consultavam as Escrituras (Velho Testamento) para confirmarem as palavras de Paulo (At 17:11). Hoje, da mesma forma, precisamos ser nobres e examinar o que está escrito quando alguém nos ensina sobre a palavra de Deus. Esta é a nossa defesa contra a heresia de hoje e de sempre.

Hoje temos também o Novo Testamento como inspiração escrita dada por Deus. Assim como todo o Velho Testamento também o Novo Testamento é útil para ensinar, repreender, corrigir e educar na justiça. A Bíblia, num todo, nos aperfeiçoa e nos habilita para toda boa obra.

Eis algumas utilidades da palavra de Deus. Como proposto no início deste ponto a intenção não é tentar descrever toda a utilidade da palavra de Deus, porém temos como base que a palavra de Deus é quem cria uma fé verdadeira, também nos salva, nos habilita e nos aperfeiçoa para a obra de Deus.

Por Que Precisamos Estudar e Conhecer a Bíblia?

Alguns de nós chamamos de vocação o querer ser advogado, médico, professor. Para tanto, vamos à escola, à faculdade e nos especializamos cada vez mais. Agora, todos nós, sem nenhuma exceção, encontramos um fim da vida aqui na terra. O que acontece depois? Sim, alguém já nos revelou e nós decidimos acreditar ou não.

Por que devemos estudar a Bíblia? Porque é o livro de Deus que nos revela o que vem depois. Por que estudar e conhecer a Bíblia?

Por Causa do Julgamento

Reconhecemos a importância de conhecer a Deus, porque um dia Jesus vai voltar e tomar vingança contra os que não conheceram a Deus (2 Ts 1:7-8). Um dia, então, Jesus vai voltar e todos seremos julgados. Para escapar da condenação, devemos fazer tudo de acordo com a lei de Deus, mas qual é a vontade de Deus para nossas vidas?

“Eu vim como luz para o mundo, a fim de que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas. Se alguém ouvir as minhas palavras e não as guardar, eu não o julgo; porque eu não vim para julgar o mundo, e sim para salvá-lo. Quem me rejeita e não recebe as minhas palavras tem quem o julgue; a própria palavra que tenho proferido, essa o julgará no último dia” (Jo 12:46-48).

Deus tem um livro no qual Ele escreve o nome das pessoas, este livro registra o nome de cada salvo:

“Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, postos em pé diante do trono. Então, se abriram livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que se achava escrito nos livros” (Ap 20:12)

Outro livro será aberto naquele dia. Veja que dois livros serão lidos lá. Jesus disse na passagem acima que “a própria palavra que tenho proferido, essa o julgará no último dia”. Onde se encontram registradas as palavras de Jesus? Não é no Novo Testamento? Sim, lá encontramos tudo o que Jesus disse, e tudo o que o Espírito fez com que os discípulos e apóstolos de Jesus lembrassem e escrevessem. Sim, o Novo Testamento será aberto no último dia para nos julgar. As nossas obras sobre a terra serão comparadas com as palavras que já estão escritas no Novo Testamento. Por isso precisamos ouvir as palavras de Jesus e as guardar para que elas não nos julguem no último dia.

Aí está um motivo porque devemos estudar e conhecer a Bíblia: Ela vai nos julgar. Sabendo que as palavras lá registradas, principalmente as palavras de Jesus, devemos conhece-las para não a transgredir.

Por Cuidado à Doutrina

Se não tivermos zelo pela verdade revelada na palavra escrita, seremos perturbados na nossa fé e corremos o risco de aceitar um evangelho deturpado. Para que isso não aconteça e não transmitamos a outros erros que os levem à morte espiritual, precisamos conhecer e cuidar da sã doutrina.

“Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Continua nestes deveres; porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes” (1 Tm 4:16).

Temos o dever pessoal com a santidade e com a doutrina. Esse é um dever, não uma opção. Porque se ensinamos aos outros coisas erradas, por não conhecermos bem a palavra de Deus e acreditarmos nas coisas erradas, estaremos nos perdendo e fazendo com que as pessoas que nos ouvem também se percam. Veja que responsabilidade! Os fariseus foram criticados por Jesus da seguinte forma:

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque rodeais o mar e a terra para fazer um prosélito; e, uma vez feito, o tornais filho do inferno duas vezes mais do que vós!” (Mt 23:15).

Os fariseus estavam agindo de forma errada, pois estavam dando importância somente para as coisas materiais e descuidando das espirituais. Precisamos conhecer a doutrina de Cristo se quisermos fazer a vontade de Deus:

“Se alguém quiser fazer a vontade dele, conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de Deus ou se eu falo por mim mesmo” (Jo 7:17).

Ter uma doutrina pura é tão importante quanto se manter puro. Na verdade só podemos nos considerar puros se o que obedecemos é de fato a vontade de Deus. Por mais esse motivo precisamos estudar e conhecer a palavra de Deus.

Para Não Sermos Levados a Todo Vento de Doutrina

Acredito que você se opõe a algumas doutrinas e até as considera demoníacas. Acho que todo mundo que tem zelo pela palavra de Deus e Sua vontade, age desta forma. Devemos amar as pessoas, mas nos guardar incontaminados do pecado. Odiamos as obras do diabo, mas precisamos amar as pessoas mesmo que tenham crenças diferentes da descrita no Novo Testamento. O problema é que todos nós corremos o mesmo perigo, não só de cair em heresia como de estar nela. Por isso precisamos comparar as nossas práticas religiosas, constantemente, com a revelação escrita no Novo Testamento.

“E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro. Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor” (Ef 4:11-16).

Jesus é quem instituiu na igreja apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres. Com qual objetivo? Paulo, escrevendo esta passagem em Efésios esclarece o porquê: “Estes dons foram dados com o propósito de preparar o povo de Deus para servir, e assim fortalecer o corpo de Cristo” (Ef 4:12). Note que todos estes dons que servem a igreja estão no plural. O objetivo do trabalho destes servos é sermos unidos na fé e termos completo conhecimento de Jesus Cristo e que cheguemos a ser maduros na fé como Jesus Cristo (Ef 4:13). E quando todos formos mais parecidos e maduros como Cristo, não sermos como crianças “que são como navios agitados pelas ondas e levados de um lado para outro por todo tipo de ensinamento que apareça. Nem seremos enganados por pessoas astutas que querem nos levar pelos caminhos do erro” (Ef 4:14). Ao contrário de sermos levados pelas doutrinas e astúcias dos homens, devemos buscar a verdade em amor e crescer em Cristo, que é o cabeça da igreja, de quem nós, como corpo de Cristo, a sua igreja, dependemos para estarmos unidos cooperando juntos e crescendo espiritualmente.

Por isso, então, precisamos estudar a palavra e ter na igreja pessoas qualificadas por Jesus Cristo para trabalharem e servirem para equipar os santos para não cair em qualquer doutrina.

Porque Falta de Conhecimento Destrói…

“Ouvi a palavra do SENHOR, vós, filhos de Israel, porque o SENHOR tem uma contenda com os habitantes da terra, porque nela não há verdade, nem amor, nem conhecimento de Deus” (Os 4:1).

Deus não gosta de um povo que age automatizado e dependendo apenas de um homem. Em Oséias a contenda de Deus é porque não havia verdade, amor nem conhecimento de Deus. Se amamos a verdade e a Deus, devemos buscar conhecimento. A Bíblia é uma obra inteligente e divina, ela deve nos fazer pensar. Não podemos, simples e passivamente, ouvir somente o que o pastor disser. No Novo Testamento mesmo quando os profetas estavam sendo inspirados ainda, não deveriam ser simplesmente aceitos sem questionamentos, deviam ser julgados pelos que ouviam:

“Tratando-se de profetas, falem apenas dois ou três, e os outros julguem… Os espíritos dos profetas estão sujeitos aos próprios profetas; porque Deus não é de confusão, e sim de paz. Como em todas as igrejas dos santos” (1 Co 14:29, 32-33).

Veja que eles não podiam falar todos ao mesmo tempo, deveria ser sucessivamente, isto é, um após o outro. Os que ficavam ouvindo deviam julgar o que estava sendo dito. Finalmente Paulo escreveu que

“…Deus não é Deus de confusão, sim de paz. Como em todas as igrejas dos santos”. Se dissermos que somos a igreja dos santos Novo Testamento, obedeçamos ao que o Novo Testamento diz. Então façamos tudo com ordem e decência (1 Co 14:40).

“O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porque tu, sacerdote, rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos” (Os 4:6).

Como já citamos Oséias anteriormente, esta passagem só vem a reforçar o que já vimos: “…o povo que não tem entendimento corre para a sua perdição” (Os 4:14). Conhecendo a Palavra, precisamos entendê-la. Deus castiga aqueles que não dão importância ao conhecimento e entendimento da Palavra. Os culpados no Velho Testamento eram os sacerdotes e hoje da mesma forma também o são. Muitos ‘pastores’ têm medo que seus membros comecem a estudar a Bíblia. Esta é uma faca de dois gumes, este medo vem do zelo para não deixar uma ovelha se perder e ao mesmo tempo vem do medo de deixá-los descobrir a vontade de Deus. Esquecemos que se ensinamos a verdade, cedo ou tarde, a verdade é que triunfará: “e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8:32). Jesus é a própria verdade, se compartilhamos com sinceridade de coração a vontade de Jesus, então não temos que ter medo de deixar uma pessoa descobrir a vontade de Deus. Este assunto é complexo e polêmico, mas não podemos prender as pessoas à verdade, ou elas estão presas em Jesus ou não. Não somos nós, com todo cuidado e amor que tenhamos, que vamos fazer a mudança.

“Pois misericórdia quero, e não sacrifício, e o conhecimento de Deus, mais do que holocaustos” (Os 6:6).

O que Deus quer? Sacrifício, holocausto? Não, Deus quer misericórdia e conhecimento de Deus. O que adianta ser zeloso do erro, da falta de conhecimento e entendimento? Deus não quer dinheiro, Ele quer o coração. Aquele que vai na igreja somente para ofertar e assim sentir-se aliviado e justificado, está praticando o erro. É um dinheiro não abençoado. É uma oferta inútil, uma adoração em vão. Deus não quer que você vá à igreja cantar automaticamente e cantar bem porque conhece decor a melodia e a letra dos hinos. Deus não quer que você diga amém para uma oração que você não conseguiu entender uma palavra porque todos estavam orando ao mesmo tempo e desrespeitando um Deus que não é de confusão e sim de paz. Lembre-se: misericórdia e conhecimento de Deus.

Este é mais um motivo porque precisamos estudar e conhecer a vontade de Deus. Existem inúmeros motivos, mas estes são os suficientes para nos dar bastante trabalho e direção para fazer a vontade de Deus.

Como o Novo Testamento Chegou Até Nós? – Parte 2

No artigo anterior começamos a falar sobre a origem do Novo Testamento. Se você não leu o primeiro artigo, vá lá e leia para o seu conhecimento da Palavra de Deus. Vamos continuar com perguntas sobre a passagem e deixe a passagem responder por si mesma. Não tente adivinhar ou dar uma resposta sua. A melhor resposta e verdadeira sempre estará na Bíblia.

1) Jesus tinha muito que lhes dizer, mas por que Ele não aproveitou este momento tão singular para lhes dizer tudo o que tinha pra dizer?

Jesus mesmo responde: “…mas vós não o podeis suportar agora…” Os apóstolos e discípulos ainda não estavam prontos para ouvir tudo o que Jesus tinha para lhes ensinar, por isso viria o Espírito Santo e lhes ensinaria tudo.

2) A quanta verdade o Espírito guiou os discípulos e apóstolos de Jesus?

Jesus estava preparando a vinda do Espírito da verdade e assim Ele lhes disse: “…quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade…” Eles foram guiados a toda a verdade e eles a escreveram no Novo Testamento.

3) Será que o Espírito esqueceu de lhes ensinar alguma verdade?

Não! Temos no Novo Testamento toda verdade revelada pela inspiração do Espírito Santo aos apóstolos e discípulos de Jesus. Não precisamos de outros livros, de sonhos, revelações, visões, ou profecias novas. Quem acredita que precisamos de inspiração nova está duvidando que o Espírito da verdade os guiou a toda verdade, e eles escreveram inspirados pelo Espírito.

Todas as pessoas sonham e os sonhos, por mais incríveis e espirituais que pareçam, não devem interferir ou acrescentar nada no que está revelado pelo Espírito Santo nas páginas do NT. Leia com atenção Colossenses 2:16-19.

Jesus continua ainda: “…porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido…” O Espírito de Deus não veio por conta própria e inventando doutrinas para nós. Ele veio em nome de Jesus enviado por Deus. O Espírito disse tudo o que ouviu da parte de Deus. Ele inspirou os apóstolos e discípulos de Jesus e eles escreveram tudo o que o Espírito ouviu de Deus e lhes disse. Será que o Espírito esqueceu de dizer alguma coisa que ouviu? Se tivesse esquecido não seria o Espírito de Deus! Se o Espírito disse tudo o que ouviu e os apóstolos e discípulos escreveram no NT, será que ainda resta alguma nova verdade ou inspiração, além do que foi inspirado e escrito no Novo Testamento? Se acreditarmos que ainda vamos ser inspirados hoje sobre alguma verdade nova que não esteja escrita no Novo Testamento, então estamos duvidando do trabalho infalível Espírito Santo de Deus. Estamos duvidando das palavras de Jesus e do próprio Deus que enviou o Espírito aos apóstolos e discípulos.

Jesus ainda disse que o Espírito viria aos apóstolos e discípulos para lhes anunciar “as coisas que hão de vir”. O Espírito Santo os inspirou para escreverem, inclusive, sobre o futuro. Se você quer saber sobre o futuro, procure ler o Novo Testamento, lá tem tudo o que necessitamos saber sobre o futuro. Mas o que Deus quer que saibamos sobre o futuro? Jesus, no seu ensinamento diz que não devemos nos preocupar com as três coisas mais importantes e imediatas para a sobrevivência: comida, água e roupa. Considere estes três itens. Quem pode viver sem comer, sem água ou sem roupa? E mesmo que estas três coisas sejam as mais importantes para a manutenção da vida do ser humano, Jesus ensina: “Não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vetes?” (Mt 6:25). Jesus nos dá algumas ilustrações para nos convencer de vez: “as aves do céu e os lírios do campo. A criação de Deus não faz esforço para se alimentar e viver todos os dias, mas Deus as alimenta e as veste todos os dias. Ficar preocupados com estas coisas, mesmo que importantes e imediatas, mostra nossa pequenez de fé, porque são as pessoas sem Deus que se preocupam com tudo isso” (Mt 6:32). Ao contrário de ficar preocupados com o futuro, Jesus ensina que quem confia em Deus deve ter uma única preocupação: “Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6:33). Ficar preocupado ou procurando o futuro, mesmo que por suposta inspiração divina, mostra que não acreditamos na bondade do Senhor que cuida de nós mais do que dos passarinhos ou as flores do campo. Jesus ainda concluí dizendo o seguinte para quem se preocupa com o dia de amanhã: “Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal” (Mt 6:34). Deixe as argumentações de lado e aceite que Deus não quer que nos preocupemos com o dia de amanhã. A Palavra de Deus escrita, invalida as profecias e inspirações modernas modernas.

Pense um pouco sobre isso: o Velho Testamento foi concluído com os escritos de Malaquias. Depois de Malaquias, houve um período de silêncio por quatrocentos anos até a vinda de João Batista que anunciava a chegada do Messias e a proximidade do reino de Deus. Se um judeu quisesse saber qual a vontade de Deus neste período de silêncio de quatrocentos anos, onde ele iria buscar orientação? Com certeza a sua primeira referência era a Lei de Moisés, isto é, os cinco primeiros livros escritos da Bíblia por Moisés, os profetas e os Salmos ( Jesus faz esta divisão resumida do Velho Testamento (Lc 24:44,45). Os judeus acreditavam ter nas Escrituras (Velho Testamento) a salvação e todo o Velho Testamento aponta para Jesus (Jo 5:39). Onde estava o Espírito Santo que não inspirou ninguém nestes quatrocentos anos, onde estava Deus? Com certeza este período foi preparatório para a vinda do Messias, mas também demonstra que Deus pode agir assim se quiser e como o fez. Hoje o Novo Testamento nos ensina que estamos vivendo nos últimos dias (Hb 1:2), e, sendo que estamos vivendo nos últimos dias, nada mais sucederá depois do Novo Testamento completamente inspirado pelo Espírito Santo e já escrito como o temos.

Os últimos dias indicam a fase final da história, iniciada com a vinda do Filho ao mundo e continuando até a consumação de todas as coisas (Lightfoot Neil R., Hebreus, Comentário Bíblico “Vida Cristã” – Editora Vida Cristã pág.58.

Hoje se quisermos compreender, inclusive mistérios, devemos seguir o que Paulo ensina aos Efésios: “pelo que, quando ledes, podeis compreender o meu discernimento do mistério de Cristo” (Ef 3:4). Leitura é a chave para a compreensão de toda a Palavra de Deus. Jesus lia as Escrituras e isto era um costume na sua vida, façamos o mesmo se quisermos ser cada vez mais parecidos com Jesus, nosso Mestre.

Não seja precipitado e pense que sou cético, não mesmo! Acredito sim que Deus nos guia pelo Seu Espírito Santo através da espada do Espírito, o NT.

Como o Novo Testamento Chegou Até Nós? – Parte 1

“…nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo” (Hb 1:2).

Por intermédio de Jesus, seu Filho, Deus fez todo o universo. E nestes últimos dias Jesus foi enviado à Terra para nos falar a Palavra de Deus. Jesus mesmo confirma com sua oração: “Manifestei o teu nome aos homens que me deste do mundo. Eram teus, tu mos confiaste, e eles têm guardado a tua palavra” (Jo 17:6). Jesus pessoalmente transmitiu as palavras do Novo Testamento durante o seu ministério. Eles, os apóstolos e discípulos, escreveram tudo o que Jesus ensinou como os profetas no Velho Testamento escreveram as Palavras de Deus. Jesus falou pelo Espírito Santo, Ele não falou nada de si mesmo.

Jesus recebeu o Espírito Santo no batismo de João, foi guiado ao deserto pelo Espírito e retornou das tentação cheio do Espírito Santo (Lc 3:21-22; 4:1-22).

Depois do seu ministério terreno, Jesus foi recebido nos céus e os apóstolos e discípulos foram inspirados pelo Espírito Santo para escreverem tudo o que é necessário para uma pessoa ser salva. Jesus lhes prometeu o Espírito Santo para os consolar e inspirar. Vejamos duas passagens bem esclarecedoras sobre isso:

“Isto vos tenho dito, estando ainda convosco; mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito” (Jo 14:25-26).

A primeira coisa que precisamos identificar neste texto para melhor compreendê-lo é: Com quem Jesus estava falando? Uma vez compreendido isto, veremos também a obra completa do Espírito Santo. Jesus estava falando com você? Estava falando comigo ou com alguém de hoje em dia? Não! Jesus estava falando com os seus apóstolos e discípulos. Observe o contexto da passagem.

Contexto é o que vem antes e depois da passagem que lemos. Por exemplo: quando você recebe uma carta como você procede antes de ler? A primeira coisa que você faz é ler o envelope para saber de onde vem e para quem é dirigida. Se a carta é para você, você pode abrir e ler. Quando você começa ler qual parte da carta que você lê? Do começo ao fim, não é? Você não lê só o começo ou somente o meio ou o fim da carta. Você lê do começo ao fim. Ai você vai saber o contexto da carta. Para melhor definir o contexto e compreender a carta você precisa ter algumas informações sobre quem enviou, por que enviou e para quem enviou. Assim também ao ler um livro da Bíblia, precisamos definir o contexto. Quem escreveu, quando escreveu (data), para quem escreveu, por que escreveu e o que escreveu.

Enquanto Jesus estava com os seus apóstolos Ele lhes ensinava, porém, quando fosse embora, o Consolador, o Espírito Santo, que seria enviado em Seu nome, lhes ensinaria todas as coisas, até coisas que Jesus não tinha ensinado ainda.

Vamos parar um pouco e pensar sobre isso através de perguntas e respostas tiradas da passagem que lemos acima:

1) Quantas coisas o Espírito Santo lhes ensinaria?

As palavras de Jesus são bem claras. O Espírito Santo lhes ensinaria todas as coisas. E quando foram ensinados sobre todas as coisas e eles as escreveram.

2) Será que resta ainda alguma coisa que o Espírito Santo não lhes ensinou?

Pensar assim é duvidar do Espírito Santo de Deus! Acredito que se a Palavra de Deus é sua autoridade religiosa, e se você acredita que ela foi inspirada pelo Espírito Santo de Deus, você não deve acreditar que o Espírito Santo tenha deixado algo de lado ou esquecido. Sendo que o Espírito não esqueceu nada, não há mais nenhuma inspiração para nos ensinar alguma coisa que não tenha sido ensinada pelo Espírito aos apóstolos e discípulos de Jesus, e eles escreveram no Novo Testamento. Hoje, nós temos no NT tudo o que o Espírito Santo ensinou.

Veja agora o versículo 26 de João 14 para vermos mais informações a este respeito.

3) O Espírito, segundo a promessa de Jesus, os faria lembrar de quantas coisas que ele lhes disse.

O Espírito os fez lembrar de tudo o que Jesus ensinou! O interessante é que o Novo Testamento começou a ser escrito cerca de 30 a 60 anos depois da morte de Jesus. Como eles poderiam lembrar de coisas que aconteceram há tanto tempo atrás? Façamos um teste simples. Que dia é hoje da semana. Me diga, o que você comeu ou vestiu há uma semana? Tem que pensar um pouco, não é? Porém os apóstolos e discípulos foram inspirados pelo Espírito para lembrar e escrever sobre tudo o que Jesus lhes ensinou.

4) Será que o Espírito esqueceu de lhes lembrar alguma coisa?

Não, não tem sentido pensar isso. Então, temos no Novo Testamento escrito e inspirado pelo Espírito, todo ensinamento e tudo o que Jesus ensinou para a nossa salvação. Veja ainda que o apóstolo João registrou outra passagem muito semelhante a esta de Jesus pessoalmente:

“Tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora; quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir” (Jo 16:12,13).

Jesus ainda está falando com seus apóstolos e discípulos. Lembre-se do contexto da passagem que lemos agora.

Vamos continuar este artigo num outro. Se você quer saber mais sobre a origem do Novo Testamento, não deixe de ler. Clique Aqui.

Como o Velho Testamento Chegou Até Nós

“Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas.” (Hb 1:1)

Neste capítulo quero me ater ao que a Bíblia diz sobre si mesma. Poderíamos perder muito tempo discorrendo sobre a história da Bíblia e como ela chegou até nós, mas acredito que o que tem mais valor é o que ela diz a respeito de si própria do que o que alguém tem a dizer a respeito dela. Pois, os homens e suas teorias e argumentos passam, a Palavra de Deus subsiste para sempre. Espero que tomemos como ponto de partida que quem lê este texto acredite que a Bíblia já foi provada o suficiente para que possamos crer nela como palavra de Deus, tanto o Velho quanto o Novo Testamento. O senso comum costuma dizer que a Bíblia é fruto da criação humana ou que foi adulterada, porém notamos que os mesmos que dizem isso não podem provar que ela é autoria de alguém com alguma pretensão em deixar seu nome ou sua intenção gravada para as gerações. Os que dizem que a Bíblia foi deturpada não tem base para falar sobre isso de uma maneira sólida e não sabem por si mesmos que pontos foram supostamente deturpados. Outros ainda, notam pontos que, ao não entenderem, acreditam que é uma contradição dentro da Bíblia. Tudo fica muito na área do subjetivo e teórico, enquanto só quem coloca a palavra de Deus em ação em sua vida vê a diferença. Então, não querendo perder mais tempo com teorias e argumentos, a Bíblia fala por si mesma sobre como chegou até nós e sobre sua autenticidade.

O Velho Testamento chegou até nós com a iniciativa de Deus. Deus começou falando e relatou como todas as coisas aconteceram: a criação, os patriarcas, a Lei, os profetas, os Salmos e o Seu escolhido: o Messias. Deus não falou tudo de uma só vez, Ele falou muitas vezes e de muitas maneiras. As palavras de Deus foram inicialmente dirigidas aos antepassados, isto é, aos judeus. Para falar aos antepassados judeus, Deus falou pelos profetas. Notemos bem este ponto, baseados em Hebreus 1:1 que Deus falou as palavras do Velho Testamento aos judeus, um povo que ele escolheu por causa da fidelidade de Abrão.

Os profetas foram homens comuns. Muitos deles foram pastores de ovelhas, de gado, reis, subordinados de reis, conselheiros de reis e sacerdotes, homens ricos e homens pobres. A maioria deles não se conheceu, mas produziram uma obra divina inerrante. Mas os escritores eram homens, não eram? Sim, eles eram homens e eram homens comuns, isto é, sujeitos a todos os sentimentos e erros humanos. Sendo homens comuns, não é possível que tenham errado, inventado uma estória e dito que era da parte de Deus? Será que não exageraram em alguns relatos? Bem, com um olhar frio sobre as Escrituras, de fato, podemos admitir que esta é uma possibilidade. Porém com um olhar mais criterioso há evidências dentro e fora das páginas do Velho Testamento que confirmam os seus relatos, até mesmo os que pareçam mais absurdos. Em todo caso, Deus espera que acreditemos na Palavra não por causa de provas, mas pela fé.

“Porque vivemos por fé, e não pelo que vemos.” (2 Coríntios 5:7)

Os profetas não agiram sozinhos. Veja o que o apóstolo Pedro diz sobre as Escrituras e os profetas:

“sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” (2 Pe 1:20,21).

Analise estes versículos enquanto vai respondendo a estas perguntas:
1) Qual a primeira coisa que precisamos saber sobre as Escrituras?
2) Quem eram os profetas?
3) Como eles produziram a Palavra de Deus?

E as respostas nos conduzem para entender e confiar nas Escrituras do Velho Testamento. Os profetas eram homens comuns, mas Deus os tomou em suas mãos, e todo aquele que Deus toma em suas mãos Ele os santifica antes de os usar. Vemos também nestes dois versículos que nenhuma profecia das Escrituras procede de particular interpretação.

O Velho Testamento está cheio de regras sobre as profecias. Ninguém poderia contar uma profecia e sair impune se ela não acontecesse. Os profetas mentirosos deveriam ser mortos, segundo a Lei (Dt 18-20-22). Até mesmo quando um profeta dizia e acontecia segundo as suas palavras todos deveriam ter atenção para que ele não os desviasse (Dt 13:1-5).

O homem sozinho não pode produzir a obra de Deus, o homem natural está preocupado em fazer segundo os seus próprios interesses e segundo a sua avareza vai comercializar a fé, assim como também aconteceu no Velho Testamento e somo advertidos pois está acontecendo hoje bem perto de nós.

“No passado surgiram falsos profetas no meio do povo, como também surgirão entre vocês falsos mestres. Estes introduzirão secretamente heresias destruidoras, chegando a negar o Soberano que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. Muitos seguirão os caminhos vergonhosos desses homens e, por causa deles, será difamado o caminho da verdade. Em sua cobiça, tais mestres os explorarão com histórias que inventaram. Há muito tempo a sua condenação paira sobre eles, e a sua destruição não tarda.” (2 Pedro 2:1-3)

Então, os profetas do Velho Testamento foram movidos pelo Espírito Santo e por isso produziram as profecias vindas de Deus.

Desta forma chegou o Velho Testamento até nós: Deus falou aos profetas e eles escreveram aos judeus. Os profetas eram homens santificados que foram movidos pelo Espírito Santo. Assim como você nunca viu uma caneta escrevendo sozinha, o homem não pode produzir a vontade de Deus se não for movido pelo Espírito de Deus.

Autoridade

Autoridade é aquilo que todos devem aceitar e respeitar, este é o ideal. Por exemplo na medida. Quantos centímetros têm um metro? Todos aceitam que um metro tem cem centímetros. Olhe para esta folha, quantos centímetros você acha que tem de alto a baixo? Cada pessoa pode dar a opinião que quiser sobre a medida de uma folha sulfite, até podem começar a discutir achando que cada um está com a razão, porém o que vai colocar um ponto final decisivo numa discussão sobre medidas é uma régua. Daí, então, ninguém mais discute, pois, vai discutir com a régua? Afinal, encontramos uma autoridade para este assunto de medidas. A régua é uma autoridade porque define um padrão a ser seguido que todos aceitam, praticamente sem questionar. Questionar a régua como autoridade em questão de medida, um padrão aceito por todos, seria considerado tolice.

O conceito de padrão temos também quanto ao dinheiro. Quantos centavos são necessários para fazer um real? Todo o país aceita que 100 centavos fazem um real. Não há nenhum Estado da União que pense que 90 centavos podem ser equivalentes a 1 real. Esta é a regra da economia, e ninguém discute este valor. O motivo é simples, o valor que o dinheiro tem e a dificuldade que temos para ganhar.

Vamos pensar um pouco mais sobre autoridade. Quem é a autoridade em casa? O pai e, na falta deste a mãe, não é? Quem é a autoridade na sala de aula? É lógico que é o professor! E quem é a autoridade na rua? Os policiais! E no país, quem é a nossa maior autoridade? O presidente, certo? E na igreja, quem é a autoridade? O pastor? Bem, todas estas respostas estão parcialmente certas. Na verdade nenhuma destas pessoas é a autoridade em si mesma. Veja bem, se o pai é a autoridade em casa, então ele pode fazer o que bem quiser com seus filhos e esposa, certo? Errado! Ele não pode agir como quiser com seus filhos. Não pode espancar e maltratar a esposa. E o professor, se ele é a autoridade então ele pode ensinar o que bem entender, não é? Não, o professor não está acima do conhecimento o do próprio livro que todos os alunos usam. Da mesma forma os policiais não podem agir como bem quiserem porque eles também não são a autoridade. E o presidente não pode fazer tantas leis quantas quiser. Todos estes citados acima estão debaixo de autoridade. Eles podem estar investidos de autoridade, mas não são ‘a autoridade’. O presidente precisa cumprir a constituição para ter o direito de estar presidindo, o policial na rua também tem que obedecer ao código civil e, até mesmo os pais têm leis superiores a eles mesmos. Sendo assim, da mesma forma que todos estes anteriores, o pastor não é a autoridade na igreja, ele deve estar debaixo da obediência da palavra de Deus, e esta é a autoridade na igreja. Por isso os pastores têm que ter qualificações bíblicas para exercerem o episcopado (1 Tm 3:1-7). A Bíblia sempre coloca esta função no plural, indicando que um homem sozinho não deve tomar o papel de chefe da igreja. São pelo menos dois para dividirem a função e as responsabilidades.

A palavra pastor é usada somente para descrever Jesus e nunca um homem. Note bem que nenhum homem, mesmo os apóstolos, foram chamados de ‘pastor’. A expressão correta deveria ser apascentador (Ef 4:11 RC).

Analisando com cuidado o Novo Testamento, notamos que a igreja teve uma eleição de presbíteros. Em todas as ocasiões a função é colocada no plural (At 11:23; 15:2; 20:17). A igreja não deve seguir a tradição humana de ter um homem entitulado ‘pastor’ e nem hierarquias. A Bíblia não contempla um vice ou ajudante de ‘pastor’. Todo discípulo é ajudante do Pastor que é Jesus.

Todos precisamos aceitar a Bíblia como única autoridade de fé, se não aceitamos, estamos correndo risco de aceitar qualquer outra pregação. O objetivo deste capítulo é colocar a Bíblia como a única autoridade religiosa.

Você aceitaria uma pessoa usando a sua mão como padrão de medida? Claro que não! Pois cada pessoa tem uma medida diferente na palma da mão. Da mesma forma, não deve aceitar opiniões pessoais, usos e costumes ou regimentos internos como regra de fé.

“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra.” (2 Timóteo 3:16, 17)

Para você, a Bíblia tem toda autoridade?

O Senhor é o Meu Pastor

Conta-se que num concurso sobre declamações sobre o Salmo 23 várias pessoas especialistas em oratória foram declamar o tão conhecido Salmo, talvez o mais famoso dos Salmos. Um após o outro declamava da mais perfeita forma com todas as técnicas aplicáveis para seduzir o público e os jurados. Todos foram muito aplaudidos.

Depois de vários especialistas em falar em público, chegou um idoso com sua bengala que, com dificuldade, chegou até o microfone e começou a declamar o Salmo 23. Sua voz era fraca, vacilante e ouvia-se até mesmo um sotaque vindo do interior. E ele começou a declamar:

“O Senhor é o meu pastor; de nada terei falta. Em verdes pastagens me faz repousar e me conduz a águas tranqüilas; restaura-me o vigor. Guia-me nas veredas da justiça por amor do seu nome. Mesmo quando eu andar por um vale de trevas e morte, não temerei perigo algum, pois tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me protegem. Preparas um banquete para mim à vista dos meus inimigos. Tu me honras, ungindo a minha cabeça com óleo e fazendo transbordar o meu cálice. Sei que a bondade e a fidelidade me acompanharão todos os dias da minha vida, e voltarei à casa do Senhor enquanto eu viver.” (Salmos 23:1-6)

No final da simples declamação do idoso, ao invés do costumeiro bater de palmas, ouviu-se um silêncio na platéia enquanto o idoso deixava o microfone e o palco andando devagar com sua bengala que o sustentava. O silêncio era quebrado por alguns soluços e cochichos da platéia e dos jurados. No veredito final o júri escolheu por aclamação pública a declamação simples do idoso. O juiz responsável por anunciar o vencedor justificou dizendo:
– Todos mostraram conhecer bem e decor o Salmo 23, apenas este homem idoso demonstrou conhecer o Senhor do Salmo 23.

Quem é o Seu Pastor?

Você conhece esse Salmo? Você conhece o Pastor deste Salmo? Tem uma grande diferença! Quem é o seu Pastor? Hoje existem inúmeros homens que se intitulam ‘pastores’. Como saber se eles realmente têm qualificações bíblicas para tanto? Provavelmente os que mais têm qualificações são exatamente os que não fazem questão de usar um título.

Antes de tudo, quais são as qualificações para a pessoa ser alguém que serve ao Senhor para guiar outros pastoreando a igreja de Deus? Sim, você tem que consultar o que a Bíblia diz. Você tem que colocar a Bíblia como o seu padrão para a fé e não opiniões de homens. Leia esta passagem:

“Esta afirmação é digna de confiança: se alguém deseja ser bispo, deseja uma nobre função. É necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma só mulher, sóbrio, prudente, respeitável, hospitaleiro e apto para ensinar; não deve ser apegado ao vinho, nem violento, mas sim amável, pacífico e não apegado ao dinheiro. Ele deve governar bem sua própria família, tendo os filhos sujeitos a ele, com toda a dignidade. Pois, se alguém não sabe governar sua própria família, como poderá cuidar da igreja de Deus? Não pode ser recém-convertido, para que não se ensoberbeça e caia na mesma condenação em que caiu o diabo. Também deve ter boa reputação perante os de fora, para que não caia em descrédito nem na cilada do diabo.” (1 Timóteo 3:1-7)

Esta são as qualificações bíblicas para cuidar da igreja de Deus e observe que são qualificações são necessárias e não opcionais.

Pastor no Novo Testamento

Agora uma curiosidade: Já notou que somente Jesus é descrito como Pastor no Novo Testamento? Sim, isso mesmo, pode procurar. Para os homens o termo é usado no plural: presbíteros, bispos ou pastores. Nenhum dos discípulos de Jesus se intitulava ‘pastor’. Os termos geralmente usado eram presbíteros ou bispos.

Você Sabia?

O episcopado é uma função e não um cargo. A igreja é o corpo de Cristo (1 Co 12:27) e num corpo não existem cargos e sim funções, isto é, os membros devem funcionar. Para o episcopado na igreja existem algumas palavras que definem as funções. Episcopado é uma palavra grega (ἐπίσκοπος), formado por dois termos ἐπί (epí, “sobre”) e σκοπός (skopós, “vigia, guardião”). Portanto, é um vocábulo que faz menção a alguém que vigia.

As palavras que são usadas para esta função são: bispos, presbíteros e pastores.
Bispo significa supervisores. Presbítero significa anciãos. Pastores significa cuidadores ou guias. Estas palavras não definem hierarquia. Todos somos servos de Deus em Cristo. O mais importante na igreja é quem mais serve (Mt 23:11). Estas três palavras definem a mesma função no corpo de Cristo.

Na igreja que a Bíblia apresenta no Novo Testamento nenhuma igreja tinha um só presbítero (pastor, bispo). Sempre deve haver uma pluralidade de homens qualificados, pois a igreja já tem um Pastor e Bispo único das nossas almas: Jesus.

“Ele mesmo levou em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, a fim de que morrêssemos para os pecados e vivêssemos para a justiça; por suas feridas vocês foram curados. Pois vocês eram como ovelhas desgarradas, mas agora se converteram ao Pastor e Bispo de suas almas.” (1 Pedro 2:24, 25)

Poderes dos Bispos

O grande poder dos presbíteros é servir e não ser servido. O grande exemplo a seguir é Cristo, nosso Pastor e Bispo a quem nos convertemos. Os presbíteros da igreja que obedece a Palavra de Deus é ser exemplo para todos os membros do corpo de Cristo. Os presbíteros não podem ultrapassar o que está escrito e fazer suas própria regras e ordenanças. A igreja não precisa mais do que a Bíblia e os bispos têm que ser aptos para ensinar.

Os presbíteros da igreja de Deus não podem interferir incisivamente na vida das pessoas, isto é, eles não podem escolher com quem casar, o que vestir, o que estudar, etc. Claro que eles têm que ter influencia, mas eles têm limitações. Até mesmo Deus, mesmo sendo Todo Poderoso, permite que as pessoas vivam como quiserem. Sem dúvidas Deus muda a vida da pessoa que quer andar com Ele. Agora, os bispos da igreja de Deus devem ser boa influência e ter bases sólidas na palavra para influenciar a vida das pessoas.

Agora, você quer estudar a Bíblia, o ‘seu pastor’ pode te proibir? Então, ele pode, mas cabe a você tomar a decisão. Muitos que se intitulam ‘pastores’ por aí, primeiro nem sequer têm qualificação bíblica, segundo, se não são biblicamente qualificados, então não têm autoridade para permitir e proibir e, terceiro, se eles mesmos não conhecem o que a Bíblia diz sobre as funções bíblicas na igreja, então eles não devem proibir. Por que muitos deixam seus membros estudarem filosofia e proibem estudar teologia? Pra pensar…

João Batista tinham alguns discípulos. Quando ele viu Jesus passando na rua ele disse para eles: Eis o cordeiro de Deus. Os discípulos deixaram João e seguiram Jesus. Jesus notou que estava sendo seguido e quis saber por que o seguiam. Eles queriam conhecer Jesus melhor e Jesus então disse: Venham e vejam (João 1:35-39). Prove se o curso que você foi convidado para estudar é de Deus. Prove com a Bíblia aberta.

CONCLUSÃO

Você conhece o Senhor do Salmo 23? Como conhecer a Deus, Jesus e ao Espírito Santo sem sequer ler o que a Bíblia diz? Como entender se alguém não explicar? (Atos 8:29-31). As funções no corpo de Cristo são muito importantes, mas tem que seguir necessariamente o que está escrito. Ninguém tem autoridade para se auto intitular ‘pastor’ se não tiver qualificações, se não for eleito pela igreja e se não tiver mais uma família com as qualificações bíblicas.

Devemos respeitar todas as pessoas e mesmo honrar a quem merece honra, porém, acima de tudo, devemos ter certeza absoluta da vontade de Deus e esta certeza só pode vir da Bíblia. Como alguém pode te proibir de estudar a Bíblia se esta pessoa não a conhece e nem a pratica? Pense nisso.

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Tempo Para Ler e Estudar

Ler a Bíblia é importante, certo? Mas, você o faz? Muitos jovens e adultos cristãos não o fazem, indica uma pesquisa:

• 13% dos cristãos dizem que nunca lêem a Bíblia .
• Somente 8% dizem que lêem a Bíblia todos os dias.
• 44% dizem que lêem a Bíblia quando estão com vontade.
• E o resto, 35%, lêem a Bíblia algumas vezes por semana, ou menos.

Por que os cristãos não lêem a Bíblia? Apontam-se cinco razões principais:

1. Eles estão ocupados demais.
2. Eles preferem fazer algo diferente.
3. Eles acham que a leitura da Bíblia é uma chatice.
4. Eles não sabem como estudar a Bíblia.
5. Eles esquecem de ler.

A Bíblia é conhecida como o livro mais vendido e menos lido de todos os livros. Tanto adultos quanto jovens não podem crescer como cristãos sem as mudanças de vida que a Bíblia aponta. Os jovens poderiam ganhar muito com a leitura da Bíblia se conhecessem o valor da Escritura como exposta em 2 Timóteo 3.14-4.5.
De acordo com este texto qual é o valor do estudo bíblico para a vida cristã? O que você pode fazer para que o estudo bíblico se torne uma parte importante da sua vida diária?
QUE TAL…

• pedir alguém mais experiente e maduro na fé por indicações para tornar o estudo bíblico mais fácil e eficaz
• dedicar uma semana lendo um dos Evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas ou João) com um amigo, encontrando-se todos os dias durante o almoço para discutir o que você têm aprendido com a leitura.

PARA INFORMAÇÕES ADICIONAIS, VEJA…

• Salmo 119.97-104
• João 5.39
• 2 Timóteo 1.13·14

Passar o tempo sem Deus é perda de tempo. Estudar a Bíblia é um preparo para a vida eterna. Que você está de partida, você já sabe, mas já escolheu para onde vai?

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